
Veja como é simples e exequível a manutenção da cultura de microvermes, um alimento muito interessante e próprio para os primeiros dias de vida de alevinos de Bettas. Não são a única opção, mas dentre as fontes de alimentos disponíveis que se tem em dado momento, pode fazer a diferença.
Material necessário para a cultura de microvermes
1 – uma caixa plástica com tampa (dessas de sorvete), bem limpa, e sem qualquer cheiro;
2 – um garfo;
3 – um copo de vidro (bem limpo e sem qualquer cheiro, desses de requeijão, p.ex.);
4 – uma espátula pequena e com ponta larga para raspar o copo e o fundo dele;
5 – uma colher pequena (dessas de café)
6 – uma gilete;
7 – um pacote de farinha de aveia (daquela em farelo, evitar a que parece talco, ou em flocos)
Iniciando a cultura
1 – despejar a quantidade de farinha de aveia até que encha o copo um pouco acima da metade;
2 – adicionar um pouco de água (pode ser de torneira mesmo) sobre essa quantidade de farina de aveia, e COM O GARFO comece a misturar” a farinha e a água, revolvendo com o garfo essa massa, de tal sorte que a água penetre na farinha de aveia dentro do copo. Quando não houver água sobrando – e, sim, uma massa quase seca de farinha de aveia –, acrescente EM PEQUENAS QUANTIDADES mais água à essa massa seca, e continue a “corta-la” com o garfo, de tal sorte, aos poucos (e sem pressa), a ir convertendo em um mingau grosso e uniforme. Nesse ponto comece a apertar esse mingau contra a parede do copo com o garfo, para acabar com aquelas bolinhas de massa seca que sempre se formam no meio do mingau. Com a espátula de ponta larga revolva, também, o mingau no fundo do copo, de tal sorte a não se ter massa heterogênea (meio seca, p.ex.) do restante do mingau.
3 – deixe esse mingau descansar por 10 minutos mais ou menos. Por que? Para que o calor liberado pela mistura da farinha de aveia com a água se dissipe, e a mistura absorva toda a água.
Às vezes, o mingau se solidifica a ponto de se inverter o copo de cabeça para baixo e a massa ficar grudada. Nesse caso adiciona-se UM POUCO MAIS DE ÁGUA à mistura de tal forma que se consiga a consistência de mingau novamente (ver passo 2).
4 – depois que o mingau parou de aquecer, mistura-se a cepa com os micro vermes ao mingau, dentro do copo.
5 – esse mingau inseminado é despejado no recipiente COM CUIDADO, raspando totalmente o copo com a espátula, e espalhado dentro da caixa (evitando sujar as paredes do recipiente).
Para ajudar a acamar o mingau de forma homogênea no fundo do recipiente, bata levemente e repetidamente com o recipiente em uma superfície plana e horizontal. Além de acamar homogeneamente o mingau dentro do recipiente, essas batidas fazem desprender as bolhas de ar que podem ter ficado aprisionadas dentro da mistura.
Tampa-se bem tampado, e deixa-se o recipiente descansando.
6 – no dia seguinte, com um pano, retira-se (sem deixar que o pano toque no mingau) o excesso de água (na forma de gotículas) que se forma nas paredes e na tampa do recipiente, devido ao calor que emanou do mingau devido a um possível processo de fermentação. Isso facilitará aos micro vermes subirem pelas PAREDES SECAS do recipiente, alguns dias depois.
Manutenção e manejo da cultura de microvermes
1 – de vez em quando, deve-se revolver cuidadosamente a mistura existente da cultura, com aquela pequena colher reservada para esse fim (ver o item 5 do material necessário).
A ideia é dar uma sobrevida à essa cultura, pois sobre a superfície do mingau teremos uma lâmina liquefeita de microvermes (na cor amarronzada), e abaixo dela, aparentemente intocada, a mistura de água e farelo de aveia, bem clara. Desse modo, a cultura, depois de misturada, como um todo, ficará mais escurecida, e com manchas devido à impossibilidade de se revolver homogeneamente a mistura. Mas isso não tem importância. Ela tomará novo impulso.
2 – algumas vezes, se forma uma película sobre o mingau inseminado. É normal, e NÃO MEXA! Não tente retira-la, não é necessário.
Quando essa película não se forma, é possível se ver (nos dias subsequentes à inseminação da cultura no mingau), a superfície formigando de vermes! NÃO FIQUE COLOCANDO O DEDO, pois pode contaminar a cultura.
3 – não fique toda hora abrindo a tampa do recipiente, só abra quando for coletar os micro vermes, ou quando for dar alguma manutenção na cultura.
4 – quando a cultura começar a cheira esquisito (dentro de um mês, mais ou menos), recomendamos abrir uma nova cultura (mas, por precaução, mantenha a atual, ainda).
Mas, como conseguir nova cepa para inseminar a próxima cultura?
5 – raspa-se com a gilete levemente das paredes do recipiente com a cultura estabilizada, uma quantidades de micro vermes. Essas quantidades devem ser depositadas dentro de uma colher de sopa, p.ex., ou em algum recipiente que seja fácil depois misturá-las no novo mingau (passo 4, do item “iniciar a cultura”).
6 – quanto à iluminação e temperatura ambientes, até o presente momento não tive nenhum problema com a cultura, pois, já estiveram no frio (14º C), no calor (32ºC), e até recebendo sol direto através de telhas de vidro.
Porém, em temperaturas mais baixas, as culturas não “sobem” muito bem – isto é, os micro vermes não se alastram pelas paredes (e muitas vezes, até a tampa) do recipiente! Então, coloca-se o recipiente com a cultura sobre uma luminária aquecida (mas, cuidado: LEVEMENTE AQUECIDA, e não sobre uma luminária que atinja temperaturas que se rivalizam com as de um ferro de passar roupas, OK?). A cultura voltará a “subir”.
Colheita: o momento tão esperado
Pega-se um pouco de água do aquário onde estão os alevinos e, com a gilete, raspa-se levemente os micro vermes que se espalharam sobre as paredes do recipiente da cultura que se estiver usando.
Depois sacode-se a gilete dentro do copo com a água recolhida do aquário dos alevinos. Mexe-se e derrama-se devagar espalhando pelo aquário, ou gotejando essa água repleta de microvermes, através de um conta-gotas. Depois, lava-se bem a gilete e, claro, seca-se a mesma.
Atenção: nunca devolva para a cultura o excesso de microvermes colhido. Descarte-o em água corrente.
Boa sorte com a cultura!